segunda-feira, 19 de maio de 2014

Você já reparou que a vida está sempre falando alguma coisa e que na maioria das vezes que erramos é por não ouvi-la? Olhe para dentro e perceba os sinais da natureza. Aprenda a ouvir a sua voz interior, uma voz limpa de vaidade, de egoísmo, uma voz que preza pelo bem, pelo certo, pelo justo. Uma voz que conversa com a sua alma.

Todos os dias, a vida te dá uma nova chance de começar. Em toda natureza o homem é o único que pode escolher entre servir aos instintos mais primitivos (desejos, medos, raiva, melancolia...) ou ao que há de divino em nós (valores e virtudes). 

Aprenda a separar as vozes da ignorância daquelas que te levam a sabedoria. O caminho é nobre e pertence àqueles que têm coragem de vencer a si mesmos.

“A pessoa que abandona o sentimento de posse e os desejos dos sentidos, desprovida de egoísmo, alcança a paz verdadeira”. (trecho retirado do Bhagavad-Gita - parte da antiqüíssima epopéia Mahâbhârata, que compõe as Escrituras Sagradas da milenar cultura indiana.





O Bhagavad-Gita é o tema da terceira aula do primeiro nível da Nova Acrópole. Estamos com turmas abertas. Participe!!!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nova Acrópole leva arte para II Sarau na Casa do Artesão

A Nova Acrópole Cuiabá realiza tarde de declamações poéticas e apresentações musicais, amanhã (13/05), das 16h30 às 18h, durante o II Sarau na Casa promovido pela Casa do Artesão. O evento faz parte da programação da 12º Semana dos Museus, já que o Dia Internacional dos Museus é comemorado em 18 de maio. O tema deste ano é: Museus: Coleções criam Conexões. Além das apresentações, entre os dias 12 a 17 de maio, o local receberá os visitantes para oficinas, palestras e visitas guiadas.
 
Entre as obras apresentadas pelos estudantes de Filosofia Prática estão as músicas: 'Canta, canta mais' - Tom Jobim, 'A menina e o Passarinho' - de Maisa Oliveira e Aristeu Borges, 'Mergulha e Voa' - Móveis Coloniais de Acaju, 'Cores ao vento' - Pocahontas Disney e 'O que é, o que é' – Gonzaguinha. Entre as poesias estão: 'Espartano' - Gerson Rodrigues de Miranda e 'Humildade e Oração' - de Wilson Tranin.
 
 

domingo, 11 de maio de 2014

Mães!!!

Dualidade, paradoxos, jogos de opostos; essa é uma das regras básicas de organização do mundo em que vivemos, e a maternidade não foge a ela: acontecimento absolutamente banal e prosaico para os que observam desde fora, mistério desconcertante para quem a vive. Contradição para a nossa visão racionalista que pretende abrir todas as portas apenas com a ferramenta do intelecto, a maternidade está aí para provar que há certas coisas que só se entende quando se vive; assim, pobres mortais do sexo masculino, saibam que suas mães e suas esposas vivem um mundo que lhes é absolutamente vedado, e que nem todo o amor que elas lhes dedicam permitirá que lhes traduza em palavras, porque, aliás, o forte do amor não são as palavras. É nessa dimensão que elas se encontram quando, diante de seus olhos perplexos, conversam com a própria barriga, que reage ao som de sua voz, decifram o código secreto de choros e balbucios, entoam melodias que nem chegaram a ser compostas, mas que possuem um infalível efeito tranquilizante e sonífero, e tantas outras coisas tão insólitas e tão belas.
            Há emoções, há descobertas inexpressáveis em palavras que a mãe traz em seu relicário, e que fazem dela um ser todo especial. Toda a mãe, por exemplo, que atravessou incontáveis madrugadas trocando incontáveis fraldas, que viu tantos dias nascerem ao som de sinfonias de pássaros e de bebês, sabem que as crianças e as manhãs são feitas da mesma substância: alguma coisa tão pura, de início, de despertar, que se encontra adormecida no homem comum e que, para nós, mães, torna-se uma reminiscência, uma magia que une as duas pontas de nossas vidas.  Sim, toda a mãe tem um pouco de criança, um pouco de filha; relembramos a inocência e a curiosidade diante de um mundo de coisas enormes, desproporcionais para nós; relembramos o colo, com aquele calor e sentimento de proteção e segurança absoluta que raramente voltamos a sentir na vida; relembramos vozes, palavras e melodias tão doces, embora nem saibamos mais o que elas diziam. Essas coisas, voltamos a descobri-las, quer na luz azul-acinzentada de uma manhã recém-nascida projetada sobre um bebê que brinca com os pezinhos, quer nos pés e mãos lambuzados de areia, ou nos incontáveis tesouros que guardamos, compostos de rabiscos, botões, pedrinhas e flores secas, ou nas intermináveis questões e explicações sobre coisas simples e pequenas, sobre as quais já havíamos nos acostumado a pisar insensivelmente e que, agora, somos obrigadas a parar, perceber e explicar: “-Por que é que o céu é azul, como é que o gatinho entrou na barriga da mamãe dele, como é que a plantinha saiu de dentro daquela semente tão pequenininha?”
            Portanto, toda a mãe tem seus mistérios, suas histórias; quebra a lógica de trocas da sociedade numa doação sem espera de retornos, sem prazo ou limites, num aprendizado constante de generosidade. Quebra as barreiras do tempo e se torna novamente um bebê, uma criança, um adolescente, falando a mesma língua, compreendendo seus medos e desejos. Pois verdadeiramente, só compreendemos aquilo que amamos, e poucos entendem de amor como as mães. Partícipes conscientes da obra da Grande Mãe, a Natureza, todas as mães compartilham de algo de sua grandiosidade e também de sua beleza.
 
Por Lúcia Helena Galvão - Diretora da NA Brasília

sexta-feira, 9 de maio de 2014

“A arte da filosofia” – É possível ver filosofia em todas as coisas?



Pra quem acha que a filosofia não é algo prático e que não podemos vê-la em todas as coisas posso provar o contrário. Por meio da filosofia conseguimos ter uma nova visão de muitas coisas na vida, inclusive da arte.

Na poesia vemos o belo. O poeta é aquele que observa o mundo ao seu redor com olhos de pureza, pois sempre enxerga o melhor de tudo. Enxerga a beleza em tudo. E ao fazer isso traz a beleza para dentro de si, transformando-a em compreensão e expressando em palavras. Assim nascem as poesias. Palavras doces e carregadas de beleza e ideias profundas, que ao lermos conseguimos ver aquilo que o poeta viu e sentir o que ele sentiu.

Na música ouvimos o belo. O músico capta os sons mais sublimes, notas escondidas no vento. No canto de um passarinho, no balanço das flores, nas batidas de um coração e até mesmo no silêncio de uma noite escura é possível ouvir a beleza, só o que necessitamos é buscar aprender a ter essa capacidade de ouvir mais fora e silenciar mais dentro. E então ele recolhe esse vento aparentemente confuso e traz para dentro de si, onde ele é ordenado e sintetizado, e o transmite através de sua própria voz ou da voz de seus instrumentos. E então ouvimos aquilo que o músico ouviu e sentimos o que ele sentiu.

No teatro expressamos o belo. A vida é o palco e nós somos os atores principais. Em cada momento de nossa vida atuamos com um personagem diferente. Deparamo-nos com desafios, lutas, alegrias, tristezas, monstros, príncipes e princesas. Mas se sempre optamos por apresentar aquilo que temos de melhor então expressamos o belo, vencendo todas as batalhas e conquistando os finais felizes. E então vivenciamos aquilo que o ator vivenciou e sentimos o que ele sentiu.

Essa capacidade que temos de vermos, ouvirmos, sentirmos e expressarmos o belo é a Filosofia que nos possibilita. O filósofo é aquele que ama e busca a sabedoria, e não há nada mais belo que essa virtude. E assim aprendemos a viver o Belo e transmitir isso para que todos possam viver também.

Sofia de Oliveira – Estudante de filosofia da NA Cuiabá



quarta-feira, 7 de maio de 2014

Como o homem se realiza



Você gostaria de ser feliz? Não ter carências? Ser forte nas adversidade, ser livre e bom? E se as respostas para todas essas questões estivessem dentro de você mesmo? Esse é o dom da sabedoria e a Filosofia é o amor à Sabedoria. Com o tema “Como o homem se realiza’ a Nova Acrópole Cuiabá apresenta nesta quarta-feira, às 19h30, palestra pública com o professor de filosofia Roni Cezar Almeida. “Muitas vezes procuramos algo e caminhamos na direção contrária, assim é como nos perdermos, nos sentimos longe da meta, desorientados e sós”.

De acordo com ele, é comum as pessoas questionarem se essa sabedoria ou vida plena está fora de nós ou se é algo que podemos conseguir. No entanto, Almeida explica que o fim mais nobre da vida não pode depender das circunstâncias, tem que depender de nós mesmos. “Quando nos deixamos levar pelas circunstâncias ou pelas opiniões alheias, colocamos a nossa vida nas mãos de outras pessoas, instituições ou forças da natureza. Quando assumimos a responsabilidade sobre nós mesmos conseguimos dominar as circunstâncias externas e só então encontramos o nosso verdadeiro Eu, o nosso verdadeiro sentido”.

A dualidade das leis que regem a natureza a nossa volta é uma evidência que também está dentro do homem, tudo vai ter dois lados. Vejamos como exemplo: O dia, como existência de luz, e a noite como ausência dela, e no homem podemos ver o mesmo: o medo quando nos falta confiança, e a coragem quando a temos. A Sabedoria quando sabemos o porquê nos acontecem as coisas e a ignorância quando não sabemos e só sofremos. “Ao perceber cada um desses elementos dentro de nós mesmos, podemos saber a qual deles vamos alimentar. Desejar é algo natural em cada ser humano, o difícil é encontrar essas respostas. Mais ainda se não colocarmos os meios, se não formos responsáveis com nossos desejos mais íntimos”. 

A Filosofia é a ferramenta capaz de potencializar o ser humano e permitir que ele possa ‘eduzir’, ou seja, tirar de dentro de si mesmo, as respostas que procura. Não se trata apenas de um conhecimento intelectual, com muitas informações e pouca utilidade prática para enfrentar os problemas da vida. A filosofia permite uma compreensão profunda da vida por meio de um estudo comparado de diferentes civilizações, artes, religiões e filosofias. “Vivenciando as experiências de forma consciente é possível responder aos principais questionamentos humanos: Quem sou eu? De onde vim? Qual minha função aqui? O homem que encontra tais respostas é certamente um homem realizado”. 

A Nova Acrópole Cuiabá está localizada na Rua Mané Garrincha Nº 82 – Jardim Alvorada (atrás do Hospital Júlio Muller) – Contato: 65- 2129 9002/ 9919 1700.        



quinta-feira, 1 de maio de 2014

Sobre o trabalho

Depois um operário lhe disse: Fala-nos do Trabalho.

E ele respondeu, dizendo:
Vós trabalhais para poder manter a paz com a terra e a alma da terra.

Pois ser ocioso é tornar-se estranho às estações e ficar afastado da procissão da vida que marcha majestosamente e com orgulhosa submissão em direção ao infinito.

Quando trabalhais sois uma flauta através da qual o sussurro das horas se transforma em música.

Qual de vós quereria ser uma cana muda e silenciosa, quando tudo o resto canta em uníssono?

Sempre vos disseram que o trabalho é uma maldição e o labor um infortúnio.

Mas eu digo-vos que quando trabalhais estais a preencher um dos sonhos mais importantes da terra, que vos foi destinado quando esse sonho nasceu, e quando vos ligais ao trabalho estais verdadeiramente a amar a vida, e amar a vida através do trabalho é ter intimidade com o segredo mais secreto da vida.

Mas se na dor chamais ao nascimento uma provação e à manutenção da carne uma maldição gravada na vossa fronte, então vos digo que nada, exceto o suor na vossa fronte, apagará aquilo que está escrito.

Também vos foi dito que a vida é escuridão, e no vosso cansaço fazeis-vos eco de tudo o que os cansados vos disseram.

E eu digo que a vida é mesmo escuridão excepto quando existe necessidade, e toda a necessidade é cega exceto quando existe sabedoria.

E toda a sabedoria é vã exceto quando existe trabalho, e todo o trabalho é vazio exceto se houver amor; e quando trabalhais com amor estais a ligar-vos a vós mesmos, e uns aos outros, e a Deus.

E o que é trabalhar com amor?

É tecer o pano com fios arrancados do vosso coração, como se os vossos bem amados fossem usar esse pano.

É construir uma casa com afeto, como se os vossos bem amados fossem viver nessa casa.

É semear sementes com ternura e fazer a colheita com alegria, como se os vossos bem amados fossem comer a fruta.

É dar a todas as coisas um sopro do vosso espírito, e saber que todos os abençoados defuntos estão à vossa volta a observar-vos.

Muitas vezes vos ouvi dizer, como se estivésseis a falar durante o sono, "Aquele que trabalha o mármore e encontra na pedra a forma da sua própria alma é mais nobre do que aquele que trabalha a terra.

E aquele que agarra o arco-íris para o colocar numa tela à semelhança do homem, é mais do que aquele que faz as sandálias para os nossos pés."

Mas eu digo, não no sono, mas no despertar, que o vento não fala mais documente com o carvalho gigante do que com a mais ínfima erva; e é grande aquele que, sozinho, transforma a voz do vento numa canção tornada doce pelo seu amor.

O trabalho é o amor tornado visível.

E se não sabeis trabalhar com amor mas com desagrado, é melhor deixardes o trabalho e sentar-vos à porta do templo a pedir esmola àqueles que trabalham com alegria.

Pois se fizerdes o pão com indiferença, estareis a fazer um pão tão amargo que só saciará metade da fome.

E se esmagardes as uvas de má vontade, essa má vontade contaminará o vinho com veneno.

E se cantardes como anjos mas não apreciardes os cânticos, estareis a ensurdecedor os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite.

Do livro “O Profeta” de Khalil Gibran