terça-feira, 7 de junho de 2016

Os rios, a vida e a transformação humana

Os estudantes de filosofia da Nova Acrópole fizeram parte da ação de limpeza das margens do Rio Cuiabá no último sábado (04/06). Mais do que uma limpeza em si, o evento em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado dia 05/06, teve como objetivo conscientizar a população sobre os impactos causados pelo homem sobre uma das principais fontes de vida da região.

A vida artificial que o homem moderno tem levado faz com que ele obtenha uma visão errônea de que a natureza e o homem sejam coisas diferentes. A vida rodeada de concreto, os supermercados com todos os alimentos industrializados, fazem com que crianças e até mesmo adultos não consigam associar, por exemplo, uma caixa de leite, com uma vaca leiteira. E essa desconexão, somada ao egoísmo e uma visão mercantil de toda a natureza, onde tudo podemos vender e, se não podemos vender, por não ter valor ao homem, deve ser transformado por algo que tenha, faz com que exista a crença de que a natureza existe unicamente para servi-lo.

Entre os temas que propomos a estudar na Escola de Filosofia estão as religiões de todas as civilizações, e é contrastante ver a relação como civilizações da Mesopotâmia, onde estão os rios sagrados Tigres e Eufrates, o próprio Egito com o Rio Nilo, a Índia e o Rio Ganges, tem em contraste com a visão atual. Talvez esses homens do passado tivessem mais claro dentro deles a importância da água para fazer com que a vida se expandisse. Muitos deles sendo adorados como verdadeiros Deuses, dada a importância que exerciam para a sobrevivência dos povos e manutenção da vida.

Com exceção de alguns poucos povos ribeirinhos, que ao tirar o seu sustento de um Rio tem uma conexão de gratidão, no restante da população, percebe-se justamente o movimento contrário já que o consumo desenfreado e a alta geração de lixo fizeram com que esses lugares, até então sagrados, começassem a receber o pior do ser humanos, ou seja, tudo aquilo que já não serve mais. E aqueles locais onde a vida poderia ser mais abundante, com flores e árvores, córregos e ribeirões, tornam-se fontes de mal cheiro, problemas de saúde, ou alagamentos.

Filósofos do passado, diziam que o homem é um Microcosmo, e o mundo a nossa volta o Macrocosmo, é que no homem estão todas as leis da natureza que geram também o planeta. Será que nossas veias e artérias não fazem o mesmo papel dos rios e afluentes?

Como uma escola de formação humana, trabalhamos principalmente contra a extinção do homem. Portanto, a mudança precisa começar no próprio homem, ao reconectar com a natureza e sentir-se uno novamente com ela. A medida com que se eleva o grau de consciência humana todo o entorno acaba sendo afetado positivamente e não apenas os rios, ou mares e todas as demais formas de vida que coexistem, mas principalmente a forma com que vivemos em sociedade. Homens melhores são capazes de transformar o mundo em um lugar melhor também.

Terminamos com uma frase muito usada pelo movimento ambientalista em um sentido de repensar a nossa relação com os rios e a natureza como um todo.

“Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. A Terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à Terra”.
Frase atribuída ao Cacique Seattle

Texto dos voluntários Caroline Pilz Pinnow e Roni Almeida







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