segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

'Os Miseráveis', uma reflexão sobre a verdadeira miséria humana



"Amar a outra pessoa é como ver a face de Deus" 
Os Miseráveis

Nós vamos começar a semana comentando e sugerindo que você se programe para assistir, de repente durante o feriadão do carnaval, este filme maravilhoso: o musical 'Os Miseráveis', que é baseado em uma das principais obras do escritor francês Victor Hugo, publicada em 3 de abril de 1862. Victor Hugo é também autor de 'Os Trabalhadores do mar' e 'O Corcunda de Notre-Dame', entre outras obras.

A história passa-se na França do século 19 entre duas grandes batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e os motins de junho de 1832. Daqui resulta, por cinco volumes, a vida de Jean Valjean, um condenado posto em liberdade, até sua morte. Em torno dele giram algumas pessoas que vão dar seus nomes para os diferentes volumes do romance, testemunhando a miséria deste século, a pobreza miserável de: Fantine, Cosette, Marius, mas também Thénardier (incluindo Éponine e Gavroche) e o inspetor Javert.

A menina Cosette representa a alma humana, que vivia
aprisionada pelas 'sombras' - os ladrões. Mas que é resgata
por Jean Valjean, aquele que representa a nós, como
alma crucificada entre 'o mundo material e o espiritual'
Ao ter contato com este filme você navegará por águas muito mais profundas e simbólicas do que imagina...mais do que a oposição Monarquia x Burguesia ou apenas 'lutas de classes', um olhar mais atento pode trazer reflexões oportunas, pois Jean Valjean simboliza este homem 'crucificado' entre o mundo material e espiritual, como nós também o somos, e ele tem que fazer escolhas a vida toda. O importante é perceber que Cosette representa a 'alma' do homem e que mesmo quando o homem se dedica a ela as provas chegam, e neste contexto, 'o senhor das provas é Javert'... que não é bom, nem mal, apenas cumpre seu papel...

É um filme inteligente, mesmo as legendas são inseridas no momento certo, para que o telespectador possa deslocar seu foco de um ponto a outro e assim aprofundar-se, caso esteja atento. Os ladrões representam sem dúvida as nossas 'sombras', sempre à espreita, sempre querendo 'tirar vantagem', sempre fazendo coisas meio absurdas e se 'justificando' o tempo todo. Não vou dizer em que cena, mas quando assistir o filme irá se lembrar: a morte 'na água' é sempre simbólica, porque a água representa o mundo material.

Os miseráveis nos mostra 'a miséria' que há em todos nós, porque quando não traçamos o nosso próprio destino, quando não nos decidimos por 'lutar', deixando a vida nos levar, qualquer caminho serve, qualquer coisa está bom, e assim somos conduzidos e muitas vezes manipulados...

Javert é aparentemente 'o carrasco', o perseguidor, o que
lembra a própria vida, com suas provas  a nos testar,
e fazendo-nos crescer. O que precisamos aprender
com essas provas?

Mas, afinal de contas, qual a pior miséria do ser humano? Não seria deixar de ser protagonista da própria vida? Abandonar os próprios sonhos, como Fantine diz no início do filme? Perder a própria honra, os próprios valores? Vender-se, corromper-se?

E você, o pensa sobre a miséria? O que será que está oculto no filme? Será que é apenas da miséria material que a obra nos fala? O que podemos aprender com as reflexões de Victor Hugo?

Excelente filme! Excelente livro também!! Fica a dica ^^




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