terça-feira, 29 de julho de 2014

O Poder do Exemplo

Conta Tito Lívio, historiador romano, em seu livro “Os Primeiros Anos da República”, que em 508 a.C. Roma foi cercada por um rei Etrusco de nome Porsena, e que ante o perigo, um jovem romano chamado Caio Múcio Cévola se voluntariou a ir matar o rei, a fim de acabar o mais rapidamente possível com o perigo que a cidade corria.
Mas ao entrar no acampamento inimigo, o jovem guerreiro confundiu um secretário com o próprio rei, porque o secretário se vestia ricamente. E numa investida rápida, matou o secretário, sendo aprisionado em seguida.

Ao ser levado ante o rei, e perguntado sobre a estratégia dos romanos, Caio disse: “Sou um cidadão de Roma, e vim para matar um inimigo ou morrer com valentia, e muitos como eu estão dispostos a fazer o mesmo”.

O rei o ameaçou de queimá-lo vivo se não contasse detalhes dos planos deles, e em seguida, Caio Múcio colocou, ele próprio, a mão direita em um fogo que havia ao seu lado. E a deixou queimar até os ossos diante do rei e de outros nobres, assombrados com tal ato de valentia.
O rei ficou tão impressionado com Caio, que o libertou, e em seguida estabeleceu um tratado de paz com Roma, temeroso de ter que enfrentar homens com aquela coragem.

Conta ainda Tito Lívio, que muitos depois de Caio seguiram e imitaram aquele ato de heroísmo e civilidade. Tendo sido este um dos valores que tornaram Roma séculos depois um grande império.
Não foi Caio Múcio o único herói de Roma, muitos houve antes e depois dele, e por sua presença Roma pôde ser grande. Na realidade, se estudarmos com seriedade a história humana, veremos que qualquer civilização passada, e inclusive a nossa, só pôde conquistar esta condição em virtude de grandes exemplos de heroísmo, justiça, bondade, tolerância, respeito e etc. Exemplos dados por grandes homens e mulheres que se sacrificaram a fim de permitir que o futuro pudesse ser melhor que a época em que viveram.

Infelizes daqueles que acreditam no invertido ditado: “melhor um covarde vivo que um herói morto”, pois por causa de sua covardia os estados caem, e as civilizações morrem. No exemplo está o poder que permite a evolução humana e o desenvolvimento civilizatório.

Se hoje não pudermos estar à altura de exemplos como o daquele jovem patrício romano, por falta de pessoas com tal estatura, que ao menos sejamos capazes de nos orientar por eles, de buscar a virtude que eles inspiram. E não os exemplos contrários, que infelizmente nos são dados todos os dias por aqueles que deveriam estar zelando pela justiça e pela segurança em nosso estado. Exemplos de pessoas que se norteiam pelo infeliz ditado citado acima.

Os exemplos de todos os grandes homens e mulheres sempre foram de busca dos valores humanos; das virtudes do Bem e da Justiça. Numa época em que os heróis são pura fantasia midiática ou rostos bonitos no hall da fama, não acredite, caro leitor, que por isso, valores como honra e coragem sejam artigos passados de moda, e já não cumpram mais papel em nosso mundo moderno.

Saiba que, pelo contrário, é apenas na manutenção destes valores que nossos filhos poderão chegar a viver em um mundo melhor, aquele que todos nós sonhamos, e que muitos, já não creem ser possível.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Filosofia e seitas: uma reflexão útil

Uma das polêmicas mais acirradas que circulam hoje sobre o significado de palavras em geral gravita em torno da palavra “seita”. Proveniente do latim sequire , "seguir", normalmente trata, em uso corrente, de ideologias divergentes da oficial e com tendência ao isolamento social; em extremo, podem se referir a grupos que cultivam excessiva devoção e obediência um líder, de quem são “seguidores”, com uso de técnicas de persuasão opressivas ou manipuladoras.

Como mesmo estes adjetivos são todos muito cheios de matizes, a se prolongar neste assunto, cairíamos num sem-fim de etimologias e conceitos discutíveis, mas não é este o nosso objetivo, senão perceber o que propõem, não as “filosofias”, pois é outro escorregadio conceito, uma vez que todo conjunto de ideias, homogêneo e coerente ou não, se intitula desta maneira, mas a Filosofia, tradicional e clássica, com a proposta que a trouxe à vida, e se isso se assemelha em alguma medida às chamadas “seitas’.

Penso que podemos nos apoiar em um dos mais conhecidos pensadores da humanidade, Sócrates, em uma de suas falas igualmente conhecidas, para começo de conversa: “Só sei que nada sei”. Pode parecer um paradoxo ou uma frase de efeito, à primeira vista, mas constitui um pensamento que define muito bem um filósofo: enquanto a média das pessoas se equilibra sobre supostas certezas, o filósofo encontra segurança exatamente em suas incertezas, ou seja, em saber que seus conceitos sobre o mundo são todos provisórios, apenas o melhor que logrou obter até agora, mas possui a permanente determinação de utilizar as oportunidades de aprendizado que a vida lhe oferece para aperfeiçoar estes conceitos. Em suma, o filósofo é sempre um ser em construção e um aprendiz.
Tem certezas? Sim, está certo de que o sentido da vida humana é o aperfeiçoamento, e que há um aperfeiçoamento próprio dos seres humanos, que reside na compreensão e vivência de valores universais, tais como fraternidade, bondade, justiça etc. Para isso, vasculha o passado e observa o presente, atento e curioso, sempre buscando elementos que possam lhe servir de tema de reflexão sobre como melhor entender e viver estes valores. Ou seja, ama Platão, mas está disposto a aprender com o João da Silva, se este tem algo a lhe oferecer que fornece resposta satisfatória às suas questões sobre a difícil arte de viver como homens. Ou seja, não “segue” ninguém, mas é fiel a algo, em si mesmo, que tem sempre sede de coerência e crescimento. De Platão a João, sabe que todos os homens são duais, uma mistura de “um e outro”, de luz e sombra, e que sempre se pode aprender um pouco com sua luz e oferecer-lhe algo da nossa, como essência da arte de viver.

A Filosofia isola? Nunca. É muito mais fácil para alguém que cresce na compreensão de si mesmo e do homem em geral entender as razões e necessidades que movem aquele parente excessivamente aficionado por uma linha religiosa ou o amigo ligado de forma muito entusiástica a uma visão política em especial, do que alguém que não o faz. O fenômeno humano, com suas buscas e angústias, conscientes ou não, lhe interessa, e sempre busca formas de entender onde se localiza cada homem, quais as necessidades que o levaram até aí, e como ajudá-lo a, partir do que é e de onde está, subir mais um degrau rumo à realização humana.

Questionador? Sempre, mas não pelo prazer de contestar, e sim pelo amor à investigação e compreensão da vida. Como uma criança, a observação a fundo de cada detalhe e momento, banal para outros, o deslumbra. Ama a figura de um Da Vinci que se debruça sobre uma simples planta, copiando, meticuloso, o intrincado desenho das nervuras de suas folhas. Nunca responde a circunstâncias semelhantes de maneira igual: uma mesma pergunta feita em dois tempos apresenta o matiz da transformação de quem fala, de quem ouve, do tempo. Sempre diferencia, examina e se detém no aprendizado que cada peculiaridade da vida lhe traz; ama dialogar com a vida... cada nova ´possibilidade descoberta lhe traz mais liberdade: um mundo mais amplo por onde transitar e investigar; por isso, não teme o novo, nunca rejeita nada “a priori”, nem julga o que não conhece.

Absolutamente fiéis e obedientes àquilo que percebem como valores universais, humanos, nobres e justos, são os filósofos os homens mais livres que há: não carregam o peso de presunções nem de preconceitos: estão sempre leves e puros ante a vida. Não temem o conhecimento, pois sabem que este lhes dá sempre mais espaço vital; dispostos a se reconstruírem e a crescerem, não carregam nem sequer o peso de uma identidade rígida e “concretada” pela inércia do que foram até aqui. Não temem pensar como todos nem diferente de todos; não temem pensar, enfim.

Não buscam recompensas senão a de serem cada vez mais humanos, nem temem castigos que não a ignorância e o estatismo. Difícil manipulá-los, pois nada que querem ou temem está fora de si próprios. Amantes da natureza humana são dos que mais a compreendem, e com ela se comprometem. Por onde passaram os maiores dentre eles, na História, varreram a barbárie e a ignorância com uma chamada poderosa em prol da fraternidade, do ecletismo e do autoconhecimento.

Seja lá o que for que se denomine como seita, há que saber que nada há seja tão antípoda a este conceito quanto a Filosofia, esta saudável e luminosa arte ou ciência, que sempre trabalhou para desenvolver o senso e o discernimento humanos.

Lucia Maya - Filósofa e diretora da NA Brasília

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Quando os bons vão embora...

Morre mais um ícone, um símbolo, um mito. Aos poucos a humanidade se despede dos poucos exemplos que lhe restaram. Lentamente vão embora nossas referências de bondade, beleza e justiça. O homem se torna mais duro, mais débil, mais monstro e mais distante de Deus. Quando interrogado sobre a obra mais bonita da humanidade, Pico Della Mirandola respondeu: o homem. Eis o único ser de toda a natureza que tem o direito de escolher entre os instintos mais primitivos e animalescos, ou a mais nobre e honrada forma de Ser. Aquele que transita entre a terra e o céu, entre os animais e os deuses. Só que ser Deus exige do homem a capacidade de dominar seus instintos, de se sobrepor à preguiça, à raiva, aos preconceitos, à vaidade, à mentira, aos desejos. Limpar a alma das armadilhas da personalidade, abrir o coração com pureza, com amor. É preciso ser grande não em tamanho, mas em alma. Servir ao outro, compreender o tempo de cada um, ser humilde para saber o lugar que ocupa e grande em caráter para lutar com coragem contra os ‘amos da caverna’. Mandela foi um deles, que desceu até as profundezas sem nunca ter se identificado com elas. Que voltou aos homens por amor em busca do ideal que vibrava em seu âmago. Âmago de Ser Humano. Mas Mandela, Martin Luther King, Marco Aurélio, rei Arthur, e tantos outros seres históricos e míticos eram tão diferentes de nós? Como alguém pode passar 27 anos na prisão e manter-se puro mesmo em relação àqueles que o julgaram e condenaram, enquanto a maioria de nós, mal consegue perceber o outro a nossa volta? Será que a unidade que Mandela via em tudo, pode ser vencida pelo separatismo vigente? Será que somos feitos de matéria diferente? Será que a grande safra dos bons deixou-nos a míngua em meio a verdades egoístas e o individualismo perene? O que separa, afinal, homens como esses de nós, tão humanos quanto? Vontade! Eles fizeram o que tinha de ser feito, o Dever estava acima dos desejos, a vontade sobrepunha a inércia, o caráter estava acima dos interesses pessoais. Eles faziam não porque alguém estava vendo, faziam porque era o certo fazer. Enquanto suas vozes internas gritavam por glória e virtude, nossas vozes são abafadas por medo, desinteresse, inconsciência. O homem é o mesmo, os ideais é que mudaram! Lamentar a morte de Mandela não fará que as coisas mudem. Construir homens e mulheres conscientes, sim. Podemos escolher entre permanecer como barro ou sermos lapidados. Escolhemos todos os dias. Até quando, vamos escolher errado? Caroline Pilz Pinnow - Estudante de Filosofia

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Um dia, há 57 anos...

Um dia, um jovem se surpreendeu com o conhecimento de homens do passado, guardado em antigos livros, hoje quase esquecidos por uma civilização que pensa que só o novo tem algum sabor e sentido... Esse jovem, com o espírito de aventura próprio dos jovens, sonhou com homens como Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros, vivendo em nossos dias, caminhando atentamente pelos caminhos atuais, buscando saídas para os enigmas de sempre... buscando respostas para a vida, testando-as em suas próprias vidas e ensinando através do exemplo. Homens nobres, inspiradores, cujo exemplo pudesse ser cada vez mais um contundente chamado para uma forma mais humana de viver... Sentiu a força desse chamado ecoando através de páginas escritas há mais de dois mil anos... sentiu como ainda eram presentes e verdadeiros, e quis mostrar isso ao mundo.
 
Esse jovem, Jorge Angel Livraga, fundou uma pequena escola de filosofia prática, de filosofia como arte de viver, chamada Nova Acrópole. Com seus antigos livros, grandes expectativas e escassos recursos, começou a ensinar, exemplificar, praticar e passar adiante este velho sonho; mais do que ele mesmo ousou sonhar, os homens responderam a esse convite, que não vem do passado: vem de sempre. Em todos os tempos, essa chamada da condição humana, querendo se realizar e se expressar, em sua plenitude, não cessa de pressionar, a partir de dentro; ou seja, desde que o homem é homem, o homem sonha ser Homem; e esse é o mais belo sonho que se pode ter e compartilhar.
 
Lá se vão 57 anos... a vida biológica daquele jovem sonhador já concluiu seu ciclo, embora sem conseguir arrebatar, em nenhum momento, sua enorme capacidade de criar e concretizar sonhos. E Nova Acrópole completa 57 anos... o que significam 57 anos de vida de uma escola cujo produto é Vida, na sua melhor expressão? Significa pedagogia, em seu sentido original, como paidos + agein, isto é, a arte de “conduzir crianças” para que se tornem adultos em todos os planos: responsáveis para consigo mesmos e para com a Humanidade; comprometidos em minimizar algo do sofrimento humano; buscadores da ideia do Bem para praticá-lo de forma cada vez mais eficiente e inteligente; inspirados pela honra, generosidade e beleza...poderosos inimigos do egoísmo, em todas suas múltiplas manifestações.
 
Esse é o produto gerado por Nova Acrópole... há lugar para ele, no “mercado”? Se você acha que sim, bata palmas conosco em homenagem a essa aniversariante. Há quem diga que bater palmas, no teatro grego, era uma forma da plateia invocar os espíritos protetores das artes. A arte de viver, que é a Filosofia, tem um poderoso protetor (e protegido): o espírito humano; ele merece as suas palmas!

 
Diretora Adjunta de Nova Acrópole Brasil
Lúcia Helena Galvão

domingo, 13 de julho de 2014

Um mito para se viver

Há poucos dias, vivi em algum grau o que várias vezes já repeti em sala de aula para os meus alunos: sabe aquele instante em que o tempo parece congelar, e tudo acontece em horas, quando para você foram poucos minutos de pura Vida escorrendo entre seus dedos?

O relógio em meu pulso completou sua saga no máximo cinco vezes, porém meu coração pulsava como se o tempo fosse eterno. Lembrei-me do trecho do épico livro da tradição hindu, o BhagavadGita, que conta a história de um herói, que ao entrar num campo de batalha, até os Deuses pararam para vê-lo lutar. Um verdadeiro “tempo fora do tempo”.

Então, comecei a refletir sobre os Mitos, e como eles foram feitos para durar para além de sua própria existência. Que oportunidade bonita com a qual o Destino me presenteou: poder viver ideias, histórias, batalhas... quão belo é poder sonhar.

Lembrei-me ainda do tempo em que eu era criança, e que para dormir não era suficiente um cobertor, um travesseiro, ou em épocas mais remotas, um ursinho de pelúcia. Não bastava o “beijo de boa noite” dos meus pais, ou o “durma bem, meu irmão querido”. Havia a necessidade de um ritual de passagem: as histórias antes dormir contadas por minha mãe ou por meu pai. Às vezes, era para eles um sacrifício manterem-se acordados até o “e viveram felizes para sempre... FIM!”. Hoje entendo o valor deste sacro ofício de ensinar e educar pacientemente uma criança.

As histórias de príncipes, princesas, peixinhos dourados, meninos levados...todas elas ficarão para sempre marcadas em meu coração, porém, mais profundas do que estas marcas são as lembranças de quão importante era ir me desconectando da realidade de um dia cansativo em meio a brincadeiras e outros desgastes que só as crianças têm, para adentrar numa realidade ainda mais real, o maravilhoso mundo dos sonhos. Era como se aquelas histórias fossem uma preparação para que a entrada neste outro mundo não acontecesse de uma vez só.

Gostar de histórias e contos de fadas quando se é criança tem o seu valor, mas continuar gostando de tudo isso depois de adulto tem também o seu sabor. Não tenho vergonha de dizer que sigo acreditando em peixinhos dourados, bruxas e dragões.  Porém, hoje os vejo para além dos livros e filmes, vejo-os todos os dias, em cada desafio e em cada novo aprendizado que retiro das experiências da vida.

Neste tempo fora do tempo ao qual me referi no início desta reflexão, revivi a saga de um Cavaleiro Andante que fez da lança seu escudo, do escudo sua morada, da morada seu castelo. Mergulhei no mar de sonhos de um homem que se fez real pela magia de sua própria imaginação. De moinhos fez gigantes, de mulheres fez donzelas, de parceiro fez amigo fiel escudeiro.

Já não sabia mais se estava nas estradas da Espanha ou na comemoração de aniversário de uma pessoa querida, também cavalheiro, também andante, mas não mais de triste figura, pois seu sorriso expressava toda alegria de seu coração. Em meio ao amarelo solar e o vermelho vibrante, uma bandeira flamejante fez-se bolo, a uva fez-se brinde, e um mito fez-se festa!

Em um palco onde sombras e homens se mesclavam, representamos este teatro da vida real e imaginária daqueles que reconhecem como sentido de sua trilha a estrela que brilha no céu da noite escura dos tempos. E neste palco, pronunciamos as falas que diziam muito por nós: “há homens que dormem e não sonham, outros que sonham despertos, há ainda os que matam seus sonhos, e aqueles que lutam sonhando. Os idealistas acreditam que não há impossíveis, mas sim, impossibilitados. Impossibilitados de sonhar, de viver uma saga heroica, de lutar por tudo aquilo que acreditam”.

Dias antes, li numa revista já coberta pelo marrom envelhecido dos anos, os versos que seguiram estas frases: “Não é loucura viver por um Ideal, nem loucura crer em Damas e Cavalheiros, ou render culto à honra e lutar pela justiça. Não é loucura crer em Deus, e amar todo o nobre e todo o bom. Não é loucura confrontar-se com gigantes para convertê-los em moinhos de vento. Não é loucura, neste mundo de egoísmo e violência, ser idealista. Não é loucura lutar apaixonadamente pela construção de um mundo novo e melhor. Se és idealista, o Quixote eterno... está dentro de ti!”

Hoje, trazendo à memória todas estas imagens, reafirmo com toda a força do meu coração: não é loucura crer em contos de fadas, não é loucura crer em mitos e heróis. Loucura mesmo é acreditar que a solução das nossas vidas está naquilo que o tempo pode roubar de nós.

Crônica de Aline Almeida

 

 

sábado, 5 de julho de 2014

O Mito de Ulisses e a conquista da alma humana

"Na história de Ulisses não há exércitos inimigos propriamente ditos, há obstáculos que a natureza coloca em seu caminho, e para vencê-los há que ter Inteligência, destreza, coragem e força”. O trecho acima ilustra a primeira página da Odisseia de Homero e mostra um pouco do que a obra reserva. O personagem principal desta história é o herói greco-romano Ulisses, autor do Cavalo de Troia, o presente que os Gregos deram aos Troianos e que pôs fim a quase 10 anos de guerra. Mas a saga de Ulisses vai muito além desta guerra é o que garante a professora de filosofia Aline Almeida. Ela apresentará o Mito de Ulisses, neste sábado (06/07), às 18h, na Nova Acrópole Cuiabá.

 
História e mitologia se confundem em meio a tantos fatos que fazem parte dos livros ou foram transmitidos verbalmente ao longo de inúmeras gerações. Mas afinal, quem foi Ulisses? O que buscava? Por que retornar a Ítaca? E Penélope, o que pretendia ao tecer e destecer seu manto a espera do amado? Para a professora, o mito está repleto de símbolos que permitem uma leitura filosófica capaz de transportar Ulisses para os dias atuais.  
 
Aline explica que o mito representa todas as provas que passamos diariamente para relembrar quem somos, de onde viemos e para onde regressaremos. “A proposta é analisar os personagens e os principais acontecimentos da história fazendo uma relação com a própria saga humana na conquista de si mesmo. Ulisses representa o homem que tem que passar por algumas provas, ou seja, desafios que trazem ensinamentos e oportunidades que permitem ao herói retornar ao contato com sua Alma Imortal, representada no mito por Penélope, a esposa paciente e fiel”.
 
A Nova Acrópole Cuiabá está localizada na Rua Mané Garrincha, no 82, Bairro: Jardim Alvorada (Atrás do Hospital Universitário Júlio Muller). Mais informações pelo fone: (65) 2129-9002 /9919-1700 ou no facebook.com.br/NovaAcropoleCuiaba