O homem e o mistério da vida

O medo, a dúvida e o apego ao passado são grandes travas
que impedem o ser humano de ir em busca do desconhecido

Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Como apagar traumas, desfazer apegos? De que modo fluir pela vida? As respostas são tema de uma palestra gratuita na escola de filosofia Nova Acrópole Cuiabá, na terça (05/03), às 19h30

Todo ser humano é um filósofo à medida que quer saber, quer entrar no desconhecido e integrar o que viu, para que este desconhecido acrescente às suas possibilidades de vida, portanto, todo homem busca o mistério. Essa capacidade de integrar ou harmonizar é o que se chama de sabedoria. Para o diretor da Nova Acrópole Cuiabá, Roni Almeida, todos têm seu grau de sabedoria, e cita que Carl Jung, um estudioso dos sonhos, já dizia que a diferença entre um louco e um sábio não era ver as coisas, porque ambos veem, mas o sábio integra o que vê em um todo harmônico e o ‘louco’ vive uma vida esfacelada, falta a ele sabedoria. “Platão falava que dois grandes problemas afetam a alma humana são: a loucura e a ignorância, e que a causa da loucura é a ignorância, ou seja, tudo se resume a ela”. Mesmo vivendo em uma sociedade baseada no materialismo, Roni assegura que há ferramentas para acessar o ‘desconhecido’, entre elas, a intuição, a inteligência e a vontade. Quer saber mais a respeito? O assunto é tema de uma palestra gratuita na terça-feira (05/03), 19h30, na Nova Acrópole Cuiabá.

Para que serve uma árvore? Embora ela seja uma expressão divina com toda uma sabedoria própria e que muito pode ensinar ao ser humano, a maioria dos habitantes do planeta responderia, porque foi assim que se aprendeu desde criança, que a árvore é útil para dar sombra, frutos, seus troncos dariam excelentes móveis para a casa, fariam uma ótima fogueira de São João, purificariam o ar do planeta e por aí vai. “Nós não somos o centro do universo e só vamos conseguir adentrar no mistério da vida e do universo quando tivermos uma postura generosa e humilde diante da natureza, para aprender com ela. Quando deixarmos nosso egoísmo de lado e pararmos de enxergar tudo e todos como coisas que podem ou não ser úteis, utilizáveis e descartáveis”.

Simbolicamente o sol representa a coragem, coragem de
agir com o coração e ser autêntico na vida. Se ele
brilha dentro de nós, tudo mais fluirá

O sol tem a ver com coração, simbolicamente ele abre as portas da intuição, agir com o coração é ter coragem e ter coragem não significa entrar na jaula de um leão sem saber como se defender, para ser devorado. Isso burrice. Ter coragem é ser autêntico na vida. É entrar em contato o mistério que há dentro de si, e deixá-lo fluir. Mas como deixar fluir? O filósofo explica: “Tirando as travas, porque o homem tem que descobrir, ver claramente, compreender e viver. Não basta descobrir o que é certo, tem que agir de acordo. Quais são as pedras que impedem o curso do seu rio?”. O medo é uma grande pedra, por isso é necessário ser corajoso. A dúvida (não-filosófica) é outra grande trava, que paralisa, impede de seguir à direita ou esquerda. O passado age da mesma forma, pois em geral é fonte de inúmeros apegos. “Nossa vida tem que ser de tal modo organizada que pelo simples fato de viver a gente possa evocar os poderes da vontade, aquela que move montanhas e faz o impossível acontecer. Aí nasce o poder mais importante do ser humano”, acrescenta o diretor nacional da Nova Acrópole, Luis Carlos Marques.

Quem foi que disse que a função do homem é fazer coisas? “Nós temos que entender que as coisas já foram feitas pela natureza, ela não criou ser humano para fazer coisas. Se a Terra viajando em torno do sol transportando milhares de pessoas em uma velocidade maior que a do som é ou não é um grande avião? O homem só copiou um modelo que já existia na natureza! Veja os pássaros, vários cientistas já disseram, no passado, que era impossível objetos com massa mais pesada que o ar voar, diziam isso com os urubus sobrevoando as suas cabeças!”. Luis Carlos afirma que a proposta da natureza para o homem é justamente a vivência do mistério humano, que é aquilo que está latente e que vai desenvolver, como a semente que dá origem à árvore. “O que está latente em mim e que ainda não se desenvolveu? Certamente é a sabedoria, e como é que se chega à sabedoria?”.

*Confira a palestra completa com o diretor da Nova Acrópole Nacional, Luis Carlos Marques: http://www.youtube.com/watch?v=WLbTPWiIRxQ. Vale a pena!

Nova Acrópole Cuiabá

Além desta palestra, a escola de filosofia trará uma aula inaugural (gratuita) do curso de filosofia prática na próxima terça (09/03) com o tema: ‘A visão do homem interior. Esta turma terá aula sempre as terças, das 19h30 às 21h30. A escola fica na Rua J, quadra 2, casa 12, bairro Araés, rua entre o Procon-MT e a Polícia Federal. Outras informações: (65) 3623-8051/8127-4020. Acompanhe as notícias:
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