domingo, 26 de junho de 2016

Por que não vivemos os ensinamentos?

Quando se ouve falar em filosofia Prática parece até um tanto contraditório já que a ideia que se aprende ao longo dos anos, no estudo convencional, é que o filósofo é aquele que fica apenas pensando, um trabalho meramente intelectual. No entanto, de que adianta saber muitas coisas se as mesmas não podem ser colocadas em prática em nossa vida cotidiana? Se não são capazes de resolver nossos conflitos internos ou nos ajudar a sobrepor problemas comuns?

Para desmistificar a ideia de uma filosofia apenas intelectual e explicar como viver de fato os ensinamentos obtidos dentro da escola de Filosofia Nova Acrópole, a professora Ana Cristina Machado, que há mais de 30 anos atua dentro da instituição, realizou uma palestra ontem em Cuiabá. Segundo ela, só é possível chegar à sabedoria por meio da aplicação dos ensinamentos. “Não é pelo número de livros e sim pela forma como reagimos diante das provas, dando respostas diferentes para a vida. A primeira sabedoria é a de conhecer a nós mesmos. Saber quem somos e o que estamos fazendo nesse mundo, qual o sentido de nossa vida”, afirmou.


Ela explicou que, na maioria das vezes, em nossa vida o discernimento aponta para um lado e as nossas ações para outro, uma espécie de sabotagem interna. “Nós temos que conquistar sabedoria por nosso esforço e dedicação, em um exercício de consciência. Isso que você conquista no aspecto mais profundo e duradouro não se perde”.

Fazendo um link com a matéria de Ética, um dos temas tratados durante o primeiro nível do curso de filosofia, a professora lembrou da importância da Reta Ação – Agir sem querer nada em troca. Citou como exemplo o caso de um colega de trabalho que não ajuda o outro porque não será reconhecido por isso. “Estamos sempre à espera de uma recompensa por nossos atos, mas a natureza não funciona assim, quanto mais se dá, mais se tem. É um exercício de amor, de generosidade”. 


Ana citou três motivos que nos levam a não viver os ensinamentos: Não compreendi profundamente, não assimilei ou não sei o significado real das ideias. “Aquilo que não compreendo não tenho condições de viver. Não deixo entrar, fica na superficialidade, eu bloqueio. Está indo contra uma visão superficial que eu tinha”. Nestes casos, o primeiro passo é começar assumindo que não se sabe.

Depois disso, vem o exercício diário de compreender, assimilar e fazer com que as ideias ampliem, aprender a lidar com as emoções e sentimentos, organizar o tempo, as energias, e a forma com que se trabalha. Integrar os ensinamentos no conjunto da personalidade e não somente em nível da razão. “Um ensinamento só é válido quando penetra a razão, os sentimentos e a ação. Então nos tornamos um elemento de transformação no mundo, somos exemplo”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário