quinta-feira, 29 de agosto de 2013

GUERREIRO



Perante o início da guerra
Revi meu ser resignado
Enfrentando o temor acumulado
Que com coragem o guerreiro encerra.

Enfim tinha chegado o dia
Da definição, da longa agonia
Que de espera martirizava
De ansiedades mil, transtornava

E destemido senti-me honrado
Para tal tinha me preparado
Não recordo temor da morte
Sabia do risco e seu porte

Fosse qual fosse o resultado
Importava apenas ter lutado
Com honra. O melhor de meu ser
Firme. Com todo o querer.

Logo ao longe avistei o inimigo
Marchando forte e decidido
Meu ser ávido por vê-lo abatido
Corria a ele, firme, aguerrido.

Com o escudo levantado,
Da investida dura e rude
Ataquei, golpeei como pude
Meu machado estava afiado

Esquivando de sua espada
Num giro rápido, golpeando
Atingi aquele que sangrando
Caído ao chão capitulava.

Senti que em mim também doía
De algum modo angustia havia
Mas, vendo o opositor atingido
Não me importava mais...tinha vencido.

E com o triunfo ganho e posto
Tirei-lhe o elmo para ver o rosto
E inesperadamente fato aconteceu...
Percebi então, a angustia que me acometeu.

No inimigo que prostrado, arfante
Vi um semblante que estarreceu
Reconheci pasmo naquele instante

O vencido infante...meu próprio Eu.

~ Wilson Trannin Filho ~
Livro Poesia & Encanto

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