Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minh’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
~ William E Henley ~
* Curiosidade: Escrito em 1875, o poema inspirou o líder sul-africano Nelson Mandela, símbolo da luta contra o Apartheid, quando aprisionado em Robben Island. Ele conta que toda vez que começava a esmorecer, lia e relia o texto, em busca de um 'companheiro' para a dor.
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