O mito é uma fonte de ensinamento prático, sabia?

O diretor da Nova Acrópole Cuiabá, Roni Almeida (à esquerda, em pé)
traz elementos-chaves de interpretação do mito de Prometeu
e também faz relação deste com o mito da Caverna de Platão

"Apiedando-se do homem, Prometeu rouba o fogo sagrado e o oferece aos homens, que é a chispa da inteligência que equipara os homens aos deuses". Assim o diretor da Nova Acrópole Cuiabá, Roni Almeida, explicou à plateia que participou da palestra 'O mito de Prometeu e o despertar da humanidade' na noite de terça (19). Ele também pontou que os mitos, como são conhecimentos antigos e carregados de grande sabedoria, podem ser vividos a qualquer momento e o objetivo da sua explanação era justamente mostrar os elementos-chaves de interpretação que ajudariam a cada um dos participantes entender e aplicar os ensinamentos à vida. "Isso é o que chamamos de filosofia à maneira clássica, o que a Nova Acrópole propõe é a vivência de tudo que é aprendido e estudado, ou seja, é uma filosofia prática".

Ele pontou que a história se passa na época da criação do Universo, tempo em que tudo era caos, época dos 'titãs', e que Epimeteu, irmão de Prometeu, distribuiu a todos os animais habilidades e atributos incríveis, quando de repente percebeu que uma das suas criações, o homem, ficara sem nenhuma delas. Compadecido, Prometeu foi ao Olimpo e roubou o fogo sagrado e entregou ao seu irmão, assim o homem ganha 'a mente' e com ela a capacidade de dominar toda a criação. "Nenhum animal é páreo para ele mais, que com a sua mente reflexiva tem a habilidade mais poderosa da criação, porém não deveria usá-la para atender seus desejos instintivos (eu animal), equiparando-se aos animais, e sim para evocar seu 'eu humano', divino".

Pandora abre a caixa e solta todos os males da
humanidade, com exceção da 'esperança'

A história é longa! Zeus, com raiva de Prometeu, o acorrenta ao Monte Caucaso, que representa a matéria, e uma águia come seu fígado (símbolo das emoções) durante o dia, e ele se regenera à noite. Tal castigo foi aplicado para que ele aprenda a viver como os homens e estar sujeito às paixões e desejos. Também como parte do plano de vingança, Epimeteu recebe um presente: uma linda mulher, Pandora, que é aceita prontamente. No entanto, a bela mulher também é dotada de um defeitinho: a curiosidade. Ela abriu a caixa que Epimeteu pediu que não abrisse e de lá saíram todos os males da humanidade. "Ela fechou rapidamente e restou a esperança, que é o sentimento que jamais devemos perder em nossa vida". 

Como o mundo se tornou um lugar caótico, Zeus apiedou-se e resolveu oferecer um herói para salvar Prometeu, aí surge Hércules, filho de Zeus com uma mortal, metade humano e metade divino. "Todos nós também temos nosso lado humano e divino, portanto, o mito vem nos dizer que somos heróis também e precisamos evocá-lo especialmente no momento histórico em que vivemos". Hércules vai ao monte, mata a águia e livra Prometeu, que se torna imortal e estará para sempre no meio de nós. Como no mito da caverna de Platão, o sábio que viu a luz do dia ao sair da caverna volta e por compaixão estará sempre em meio à humanidade, por sacrifício próprio, para poder ajudá-la a retomar a própria consciência e a se libertar do mundo de ilusões. "Os senhores da caverna projetam na parede da caverna sombras e fazem os homens acreditar que essas sombras são reais, elas representam nossas paixões".


Sobre a Nova Acrópole Cuiabá

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